O Ispa cada vez me convence menos.

O Ispa cada vez me convence menos. Acho absolutamente incrível o sentimento de impunidade que os professores vivem no ISPA. Há departamentos que seriam anedóticos não fosse a realidade tão triste. Está tudo virado para os seus artigos e doutoramentos. Os alunos? Quem, desculpe?
Verdade seja dita que há o contrário. Historia, AEIII, e outros. São esses que vão aguentando a universidade…mas não o vão conseguir sempre.

É realmente muito triste, quando após o nosso maravilhoso 1º ano, repleto de "mimos" e palmadinhas nas costas, temos de crescer. E crescer custa. E realmente é muito triste, ver que os nossos professores estão a evoluir, é muito preocupante. Pelos vistos para os colegas mais esclarecidos. Claro que no nosso " cantinho" à beira-mar plantado, é muito mais interessante andarmos a lamentar-nos em quão miseráveis somos e pobrezinhos e coitadinhos.
Quanto à minha opinião pessoal é com orgulho que vejo os meus professores a fazerem os seus doutoramentos e a escreverem artigos. É uma mais valia e até um previlégio que nem todos os estudantes universitários têm.
Depois se seguir uma certa lógica ( talvez até um pouco arcaica), é fácil percebermos que se estamos a frequentar um curso conducente ao grau académico de mestre, é pressuposto que os nossos professores façam os seus doutoramentos.
Mas, claro que assim também temos de nos esforçar um pouco mais. Enfim, trabalhar mais, pesquisar, fazermos a nossa própria "papinha", o que realmente é muito aborrecido. Porque é suposto o professor " despejar" a matéria e bem digerida, para não termos o trabalho de fazer a digestão.
Realmente, o Ispa, só não me desilude porque estou lá em busca de conhecimento. E tudo é conhecimento.

Eu também desejo, uma praia limpa, um bebida fresca e calor que baste, algo assim tropical. Eu também desejo, uma vida em que nao precise de fazer rigorosamente nada, tudo aparece feito e a palavra preocupação, empenho ou trabalho não existe. Viver de papo pró àr é que está a dar. Ou talvez não.
Pessoalmente prefiro trabalhar, sentir o gosto pela minha própria evolução, nunca ninguém me deu ou facilitou nada, se quero tenho que ir à luta. Mas como sou uma pessoa provávelmente muito burra chamo a isto evolução, crescimento pessoal. E por isso mesmo quando não estou a fazer copi paste daquilo que os outros escrevem, teço críticas áqueles que pensam, que estudam, que evoluem, enfim que trabalham.
Será inteligência? Que futuro terá o nosso país em termos de psicologia?
É de brandar aos ceús, com tanto disparate, estudantes de psicologia que acham mal que os seus docentes trabalhem, que cresçam.
Claro que o encanto do primeiro ano passou, é suposto pessoas tão inteligentes evoluirem e para quem possa não saber só se pode evoluir com docentes que saibam mais que os alunos, caso contrário é uma palhaçada. E já agora quem está mal que se mude, porque se os docentes um dia deixarem de evoluir então o ISPA deixará de ser uma faculdade e passará a ser um jardim escola para adultos, porque criançolas irresponsaveis e birrentas é o que mais lá encontro.

Quando se está habituado a ter a papinha toda feita é muito chato se aparece trabalho, mas a vida é assim mesmo, uns sentem o gosto por aquilo que fazem e outros tentam arranjar forma de viver na sombra.

Para se ser Licenciado, Mestre ou até mesmo Doutor, tem que se trabalhar muito, quem pensa que o trabalho nisto não é necessário é melhor repensar se está no caminho correcto porque, há outro tipo de ocupações que não dão tanto trabalho e onde se pode ter toda a atensão concentrada em si próprio. Até porque isto aparenta ser algo reprimido, se a pessoa não sente que lhe é dada atenção numa situação destas pode se tratar de um trauma de infância, um sentimento reprimido ou até mesmo uma frustração, mas não é preciso ter medo, basta procurar um profissional credenciado que se ocupe muito com pesquisa e artigos e pode-se sempre fazer uma terapia, aliás segundo se fala em artigos esse tipo de terapia consiste em fazer o paciente sentir-se o centro das atenções, logo parece ser a melhor aposta. Mas cuidado porque, se não há vai haver, muitos maus profissionais nada dados á sua propria evolução e tudo o que querem é ser o centro das atensões.

Os julgamentos ficam com quem os faz. Espero que os dois juntos se esforcem tanto e tenham tão bons resultados como eu.

Dito isto gostaria de acrescentar que se calhar não me expliquei muito bem. Eu acho essencial que os professores progridam nos estudos. No entanto, acho ainda mais importante darem atenção aos alunos que pagam para que tudo isto seja possível. Ora não pode acontecer:

- atendimentos marcados que os professores faltam
-atendimentos apenas em período diurno e colectivos
-textos de trabalho e inquéritos que só são dados aos alunos uma semana antes da data que é suposto entregar o trabalho
-falta de slides no sitio da cadeira a duas semanas das frequências
E etc, etc, etc

Ora se isto para vocês é tudo normal porque os professores devem tirar doutoramentos tudo bem, mas não contem comigo para compactuar com isso. Há muitos professores no Ispa a tirar doutoramentos há alguns anos porque não estão para prejudicar os alunos. Esses sim merecem tudo de mim. Os outros contam com vocês.

ps: Aladino, não percebi muito bem a história do centro das “atensões” mas deixe lá, há palavras que dizem muito sobre as pessoas.

Aladino parece que a sua distração, ao escrever a palavra " atensões", foi interpretada como qualquer coisa que prefiro não comentar.

No entanto, voltando ao assunto, devo relembrar, que as reclamações sobre o funcionamento do Ispa, devem obviamente ser feitas, devidamente argumentadas e dirigidas aos orgãos competentes. Só assim se poderá efectivamente mudar.

Realmente as palavras dizem muito sobre as pessoas até mesmo sobre aqueles, que apenas usam as palavras dos outros.

Todos nós temos queixas, uns pelo aquecimento global outros pelo funcionamento do ISPA, entre milhares de outras queixas.
Ainda bem que nos podemos expressar livremente.
Há locais no ISPA onde nós podemos apresentar devidamente as nossas queixas para que o que achamos incorrecto possa ser averiguado e mudado.
As palavras quando ditas por quem realmente as escreve, dizem mesmo muito sobre as pessoas, "atensões" ou "atenções"?
ambas existem mas tem significados diferentes é uma questão de quem não sabe consultar um dicionário.
Já agora, se se acha o 2º ano dificil por causa das atitudes dos professores então é melhor nem se pensar em chegar ao 3º ano.
Estou solidario com o facto de haverem professores que levam mais tempo a fazer os seus doutoramentos para se poderem dedicar mais aos alunos mas, isso depende das prioridades de cada um, nunca esquecendo que criticar é sempre facil o dificil é fazer a diferença é conseguir mudar algo que se acha incorrecto e de uma forma sempre preserverante.

Pois tem muita razão, a questão é: vale a pena? Já apresentei duas reclamações no ano passado com conhecimento do Provedor do aluno. Resultado? Nem um mail a acusar que receberam a reclamação. E é por isso que falo em impunidade. A sensação é que não dá para fazer nada. Ninguém de direito nos ouve. Ou se ouve não faz nada, o que ainda é pior. Não sei que diga ou que faça. Para já desabafo num sitio que, no fundo, foi criado -também- para esse efeito. Considero que falar dos problemas do ISPA não é atentar com a instituição. Muito pelo contrário. Se falarem com pessoas de fora da Universidade, muito deles Psis, a opinião é generalizada de que o Ispa não é o que era e, na minha opinião, muito se deve ao tipo de liderança e processos internos.

O que não consigo perceber de todo é a vossa reacção às minhas palavras. Ofendi alguém? É errado num Fórum sobre o ISPA falar de problemas do ISPA? A crítica tocou-vos directamente? Sério que não percebo.

Recordo um célebre cartoon do Punch, do final do século XIX, onde um pároco que tinha sido convidado para tomar o pequeno-almoço com o seu bispo, faz uma careta quando verifica que o seu ovo estava estragado. «Passa-se alguma coisa», diz-lhe o Bispo, «o seu ovo não está bom?». «Por amor de Deus, não se preocupe Vossa Reverendíssima», apressou-se a dizer o pároco, «o ovo tem algumas partes excelentes...» (Citado pelo professor António Manuel Baptista)

Eu diria, tal como o pároco, que o ISPA tem algumas partes excelentes, e na minha avaliação, as partes excelentes ultrapassam largamente as outras.
Das partes excelentes, além das que referiste muito bem, ainda gostava de salientar o funcionamento da biblioteca e do centro de documentação em geral e a organização das conferências abertas, geralmente ao Sábado de manhã.
Das partes menos excelentes, relembro a senhora (?) que estava a vigiar uma frequência e que subitamente pôs a mão na anca e abriu o dicionário, e o da assistente da cadeira da qual nós não falamos. Mas tanto um caso como outro, acho que foram mais questões de feitios do que propriamente de defeitos.

Nota: Eu não me queixo porque objectivamente ainda não encontrei grandes razões para isso, porque quando as encontrar podes ter a certeza de que também faço barulho.

cf: http://en.wikipedia.org/wiki/Curate%27s_egg

Caro colega Ricardo, não ofendeu ninguém. Só agora, que expressou melhor a situação se pode entender qual o motivo do seu post.
Tal como o nosso colega João Ratão, também ando a tirar o curso em sistema "light" que no meu caso é quase " verylight". Assim sendo, já passei por algumas situações menos agradáveis no Ispa. Em todas contactei directamente os docentes em questão e tudo se esclareceu. Penso que o diálogo por vezes é o mais eficaz. Mas obviamente que o colega tem o direito e o dever de reclamar toda e qualquer situação que não lhe agrada. Pagamos propinas elevadas. Cumprimos os nossos deveres, logo devemos sempre reivindicar os nossos direitos com objectividade.

Bem João, dou-te razão. Alias, se não desse, já tinha procurado outra instituição. Também acho que são muito mais as coisas positivas do que as negativas. Mal seria. Mas as negativas começam-me a chatear muito. Como sabes o trabalho não me assusta e se há coisa que gosto é de desafios. Mas com ferramentas, que na minha opinião, é o trabalho principal dos professores. Quando sentes que começas a ter resultados menos bons porque não te foram fornecidas as ferramentas necessárias, o caso muda de figura. Ter um trabalho semestral de 30 páginas para entregar esta semana e a professora só nos ter entregue o questionário para aplicar a 30 alunos de uma escola secundária na última semana de aulas (depois de 2 meses de espera) é obra. Pior ainda é a regente da cadeira achar isto tudo muito normal. “Têm tempo”. Isto não tem nada a ver com procurar informação para trabalhos e muito menos com ser calão ou querer ter a papinha toda feita. Isto é um prejuízo brutal para quem quer ter a média que eu quero. Dá tempo? Claro que dá, mas se calhar para ter 10 ou 12 no trabalho. Isso chega? Para mim não. Não é para isso que estudo.

Pois... todos nós gostamos de tirar "20" a tudo! Isso é realmente muito importante. Mas algures num tempo relativamente remoto, um professor nosso, disse para um repleto auditório, que o mais importante na sua profissão, não era estar para ali a debitar acetatos e o restante, mas sim formar pessoas. E isso era uma tarefa muito complicada. Porque já estamos todos muito cheios de nós mesmos. Mas um dia, quando na vida profissional, tivermos de resolver determinadas questões, tendo elevadas notas, quase saberemos de cor a solução para a situação ( manual X, página Y). Mas, quando o manual não tiver a resposta? Quando o vinte, não passar apenas de um qualquer número?
Quando virmos que realmente, o importante teria sido vermos para além do que estava a vista?
Enfim, compreendo que cadeiras como P. Desenvolvimento assustem qualquer um. Também percebo que as belas notas do 1º ano, começem a dar de si. Mas, há situações muito mais aflitivas, como os trabalhos em época de recurso, por vezes dois por cadeira, ou exames em época especial e neste último caso vários no mesmo dia. Tudo se faz. Pode não ser com grandes notas, mas é com uma satisfação muito pessoal, de que o esforço e o sacrificio compensaram.

Epá…não estou a falar em 20s! Ver se realmente o esforço compensa. Que é grande, é!
Ps: não é desenvolvimento, é social.

Pois Ricardo, Social também é problemático. Pelo menos Social I. No segundo semestre melhora um pouco. até breve

Aqui vai a minha breve opinião, após uma rápida leitura sobre as vossas opiniões/comentários neste tópico.

- sempre fui a favor da qualidade e não da quantidade.
- acho desumano e incorrecto solicitarem um trabalho e não darem atempadamente o material necessário.
- inexistência de material de apoio a duas semanas do exame.
- nesta Instituição existe um curso que é nocturno, existem trabalhadores-estudantes.
- uma Biblioteca de uma Universidade Particular, não deve ter em maioria livros para consulta no local.
(e aqui até posso comentar que numa Universidade do Estado chega-se a ter dez exemplares da mesma obra, porque os alunos precisam e os docentes sugeriram a sua aquisição como prioritária)
- os factos podem ser ou não ignorados, na minha opinião a Instituição não devia ignorar as opiniões dos alunos.*
- as opiniões devem ser respeitadas.

* numa outra Instituição uma aluna que foi minha colega estava grávida(gravidez de risco) e não conseguiu ir às aulas. para efectuar as frequências precisava das ditas sebentas(material de apoio) contudo os docentes não tinham, ela expôs o caso ao Reitor dessa Instituição e à Coordenadora do curso, ignorada foi, quando escreveu para o Ministério com conhecimento à Coordenadora do Curso, obteve os ditos documentos em apenas dois dias.
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"Uma opinião que se tem passa pela pessoa que somos e não pelas razões para a ter. É por isso que todos têm opinião e poucos informação para isso. Mas é por isso também que a mesma informação pode dar opiniões contrárias. Porque tudo se pode trocar, menos a pessoa que se é".
Fonte: "Conta-Corrente 5"
Autor: Ferreira , Vergílio